quinta-feira, outubro 28, 2004

Feliz Ano Novo

Dou as boas vindas ao Sr. do Gabinete, que resolveu reaparecer.
E dou um ar da minha escrita sem ele, para tornar este blog mais ameno com o frio que se avizinha.

Domingo é Samhain, e espero acender uma vela pequenina por este ano novo, para me iluminar os caminhos em noites mais densas de escuridão. Que os véus entre os mundos seja tão permeável quanto deva ser, e que nos permita uma maior compreensão de tudo aquilo que nos transcende. (calculo que seja muita coisa)

Feliz Ano, para todos vocês.
E um magnífico ano para o meu pequeno tesouro, Gabriel, a quem prometi umas linhas aqui.

(não me chateiem a perguntar que raio é o Samhain. Estão na internet, usem-na.)

Esconde-me

Segredo...os meus dias são segredo...segredo...
segredos, dos meus dedos aos teus dedos,
a minha boca muda, o meu corpo pedra e cal.
Segredo...digo baixinho as palavra que me picam,
as frases que me mordem.
Digo-as baixinho para as gritar em sonhos.
Segredo...o meu prazer é segredo.
Os meus dias são segredo, e as noites são bruxedo.
Leva-me daqui, segredo...faz de mim sussuro e grito escondido na noite
Segredo, grita por mim este medo.
.

terça-feira, outubro 26, 2004

Grito

Hoje aquele grito ficou preso na minha alma.Diz quem ouviu que gritei mais que uma vez, que gritei deseperadamente, que iria certamente ficar afónica, acordar os vizinhos, essas coisas impensáveis.
Mas aquele grito ficou na minha alma, abriu um espaço dentro de mim, que agora está vazio e se impõe, de cimento, pedra e cal, que exige explicações.
Vocês também têm gritos assim? Que pedem explicações, que exigem um porquê para a sua existência. Que recusam ser mais um clone da minha garganta, que querem uma origem, clinica quase.

Fazes de tudo um caso clínico.
Bolas. Farei mesmo?
Odeio a psicologia.

Sinto-me violada por este grito, por estas letras, por vós.
Espero, desespero, que seja mesmo só por mim.


Example


As letras de outros

"It's not
What you thought
When you first began it
You got
What you want
Now you can hardly stand it though,
By now you know
It's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up

You're sure
There's a cure
And you have finally found it
You think
One drink
Will shrink you 'til you're underground
And living down
But it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up

Prepare a list of what you need
Before you sign away the deed
'Cause it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to
stop
So just...give up"



Aimee Mann

quarta-feira, outubro 13, 2004

Profetas Falsos

Profetas falsos

"Profetas falsos vieram em teu nome
Anjos errados disseram que tu eras
Um poema frustrado
Na angústia sem razão das primaveras

Porém eu sei que tu és a verdade
E és o caminho transparente e puro
Embora eu não te encontre e no obscuro
Mundo das sombras morra de saudade."


Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, outubro 10, 2004

A vós.

Pela primeira vez na vida deste blog, e na vida da minha escrita, tive medo de publicar um texto, com medo que não fosse "bom" o suficiente. Fantástico, já me sobem as 1000 visitas à cabeça.
Limpem os pés à entrada, que isto dá trabalho a manter :)

Chove

Vamos ver se somos impermeáveis às chuvas de outono, vamos ver se as esferas que vão de cá para lá também deslizam em piso molhado.

Ai, que chato que me saíste, sempre a esperar coisas de mim...
Não esperes, e não vais desesperar.
Não me ponhas em altares. Atira-me antes para o poços mais fundos, eu arranjo maneira de sair. Mas só se prometeres não me elevar depois, apenas por ter saído.
Deixam-me na minha imperfeição. Gostas de mim assim, admite. Deste meu mundo que te deixa zonzo de tanto girar. Adoras os defeitos, adoras poder ver que erro, erro, erro. Sem parar.
Sim, que eu para errar, não me detenho perante nada. Para acertar é que...enfim. Se queres que eu seja perfeita para me atirares à lama, desengana-te.
Não sou.

Deixa-me, deixa-me.
Não me pegues em braços e mãos, deixa-me solta.
Que chatice, como dizia Pessoa, quereres que eu "seja da companhia". E logo agora que tinha saído dessa aldeola de más companhias.
Acompanha-me à cidade, mas não me agarres, que me sufocas.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Queda livre

Example


Vou ver se consigo voar para fora desta história repetida dentro de mim.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Rapto.

É assim que eu me sinto : raptada do meu quotidiano. Raptada da minha existência turbulenta e tão descolorida, trazida à força para este mundo de clichés, de pequenas existências repetidas ao longo dos séculos, mas sempre em linhas transversais. Vou-me calar. Contas isto a alguém e morres...mato-te eu (...).

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